sexta-feira, 4 de abril de 2008

A dualidade no ser humano


Percebe-se que até hoje o homem continua a se questionar acerca de sua origem e o porquê de sua existência. Os filósofos da antiguidade e Idade Média buscavam também explicações para resolver sua angústias e crises entre a razão e fé, corpo e alma, natureza humana e divina, vício e virtude. Santo Agostinho foi um homem que durante sua vida buscava respostas para seus questionamentos e muitas vezes precisou passar por provações para então se posicionar perante uma escolha, saindo assim da dúvida entre seguir o amor cupiditas e o amor a Deus. Assim, essas dualidades perpassam a natureza humana fazendo o homem refletir e questionar sobre si e o mundo.
No filme 'A última tentação de Cristo", o diretor Martim Scorcese deu um mergulho filosófico-religioso. Ele procurou mostrar a batalha interior que afligia Cristo entre sua natureza humana e divina. Essa passagem é expressa no momento em que prestes a morrer, como que em transe, ele se vê numa vida como um homem comum. O diretor apresenta Jesus antes da crucificação revelando o conflito interno que ele passava, e o questionamento se realmente ele era o filho de Deus. Assim, Scorcese procura explicitar as várias tentações que açoitaram o seu coração e a sua consciência. Nesse filme o diretor americano não ressaltou a personagem histórica de Jesus Cristo, e sim defendeu a sobrevivência da paixão e a vida do homem "comum" no seu cotidiano. Talvez seja por isso que recebeu muitas críticas.
Por fim, as tentações e as provações fazem parte da vida cotidiana do homem, levando-o a avivar essa dualidade já existente em seu viver. O filme nos remete a analisar como o ser humano está em constante luta consigo mesmo, pois são vários os sentimentos que o assolam levando a decidir e a escolher qual o caminho a seguir. Sua consciência em muitos momentos do filme o cobram uma postura de decisão.Escolher a vida mundana ou a espiritual.
Talvez se vivêssemos mais constantemente atentos , conectados com a nossa consciência e diria ainda cumprindo como afirma Kant no imperativo categórico( age de tal forma que a tua ação possa se transformar numa lei universal.), não ficaríamos tão indecisos e em constante dilema dentro de si.

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