sexta-feira, 25 de abril de 2008

Resenha do filme Porteiro da Noite

O filme O Porteiro da Noite, dirigido pela italiana Liliana Cavani, mostra a relação sado-masoquista desenvolvida entre uma prisioneira de um campo de concentração nazista e um oficial do SS. Treze anos depois de Lúcia Athernon ter sido libertada, reencontra-se à mercê do destino com Max num hotel de Viena, e revive uma relação doentia e autodestrutiva. No hotel reúne-se periodicamente um grupo de ex-oficiais do SS preocupados com as eventuais testemunhas das atrocidades cometidas no passado, e que aquelas possam a vir delatá-los. Max desconfiado de Lúcia entra em seu quarto e pergunta se ela está ali para incriminá-lo. Ao discutirem e agredirem-se é revivido aquele ritual sado-masoquista do passado. Max é um sádico e Lúcia realizada as fantasias do amado. Ela entra nesse jogo de desejos e ilusões, deixando-se levar pela situação que se apresenta. Os dois se fecham num apartamento com medo dos nazistas. Não havendo mais possibilidade de permanecerem ali, saem pela rua e ao chegarem na ponte são assassinados a tiros. No momento em que Lúcia encontra Max, segundo Freud, o inconsciente formado pelas pulsões tende a por o ser humano em marcha. Ou seja, ela volta a ter pesadelos e lembranças de seu passado, que ainda estão no inconsciente recalcado mas em latência. Ao se relacionar com Max seus desejos, prazeres, ilusões, presentes no seu inconsciente, parecem que reascendem. Max é um sádico e, segundo Freud, o sádico realmente nega que o gozo seja possível, e vai em frente confundindo-se com o próprio objeto. Não propriamente sujeito de desejo nessa situação. Um dever universal se impõe na determinação do agir do sádico, ele goza! Pode-se perceber que a pulsão de morte está mais ligada à linha destrutiva, ou seja, não tem o princípio da realidade. Assim, os excessos da sexualidade estão mais ligados a essa pulsão de morte (tanatos). Ao observarmos os acontecimentos, Max e Lúcia possuem um relacionamento que perpassa essa linha destrutiva relatada em Freud, bem caracterizada no decorrer de todo o filme.

sábado, 19 de abril de 2008

PSICANÁLISE



VÍDEO PRODUZIDO A PARTIR DA CONFERÊNCIA SOBRE PSICANÁLISE, COM O PROF. DANIEL OMAR PEREZ, E PRODUZIDO PELO GRUPO DO 3º PERÍODO DE FILOSOFIA DA PUCPR 2008 - Logos Produções

A vida ou um ideal?

O filme “A Vida de David Gale”, dirigido por Alan Parker (EUA, 2004), mostra a vida de um professor de filosofia acusado de estrupar uma aluna e de matar Constance. Por esses motivos, encontra-se no corredor da morte. Ocorrido tais fatos, sua vida torna-se muito difícil: perde o emprego, o filho e a auto-estima. David lutava juntamente com outros manifestantes, e inclusive com Constance (sua melhor amiga), contra a pena de morte vigente no país. Mas, o suposto assassinato cometido pelo professor, era tão somente um plano organizado pela própria vítima, seu namorado e David. Na realidade, Constance suicidou-se e esse acontecimento ficou em segredo, sendo que apenas no final do filme Bitsy (a repórter) ficará sabendo desse episódio. A intenção deles era que esse fato repercutisse na sociedade e fosse questionado sobre a falibilidade do governo referente ao sistena de condenação.
Observa-se, no transcorrer do filme, que na realidade David e Constance abdicaram de suas vidas por um ideal e por acreditarem que com essa atitude muita coisa poderia mudar para a sociedade.
Mas um homem ao tirar sua vida não estará agindo erroneamente?
Segundo Immanuel Kant, o homem deve ser considerado sempre em todas as suas ações como um fim em si mesmo. Para ele, o suicida priva-se de fazer algo para o mundo e deixa de contribuir para a felicidade dos outros. O filósofo afirma que cada homem dispor de si mesmo como um simples meio para qualquer fim supõe desvirtuar a humanidade em sua própria pessoa. O homem tem obrigação para consigo mesmo, para com os outros. Para Kant, o dever é alcançar a maior perfeição possível consigo mesmo, e a virtude é a máxima do ser humano no cumprimento desse dever. No entanto, David utilizou de si mesmo como meio para atingir um fim. E a virtude não visa um fim que não seja em si mesmo. Ora, o homem não pode perder o horizonte da racionalidade. Será que para fazer uma coisa melhor para o mundo se faz necessário tirar a própria vida?

sexta-feira, 18 de abril de 2008

CADERNO DE ATIVIDADES

Este caderno de atividades tem por objetivo atingir o público jovem no que se refere ao pensamento de Freud e Lacan sobre a ética da psicanálise.

1. Contextualização

1.1.Freud


Sigmund Freud nasceu na Moravia, em 6 de Maio de 1856, e morreu em Londres, em 23 de Setembro de 1939. Durante quase oitenta anos viveu em Viena, tendo deixado a cidade quando os nazistas ocuparam a Áustria. Ainda jovem decidiu ser cientista na Universidade de Viena em 1873, lá se graduando oito anos depois. Freud nunca pensou em clinicar, mas as escassas recompensas do trabalho científico, as limitadas oportunidades de progresso acadêmicos para um judeu e as necessidades crescentes da família forçaram-no a exercer a profissão. Apesar disso, ainda encontrava tempo para pesquisar e escrever. Suas realizações como pesquisador médico rapidamente lhe granjearam grande reputação.

1.2.Lacan

Jacques-Marie-Émile Lacan nasceu em Paris em 13 de abril de 1901, em uma família burguesa de origem provinciana e de sólida tradição católica. Lacan perdeu a fé no final dos anos 20, esse foi o clímax de uma verdadeira interrogação. Como se fizera com seus outros irmãos, acrescentou-se ao seu nome o da Virgem Maria. Progressivamente renunciaria a esse nome nos diversos textos escritos no período entre-guerras. O clima familiar, até mesmo banal, horrorizava Lacan. Em 1918 o jovem não encontrou entre os que voltaram da guerra o pai carinhoso, moderno e cúmplice, que tanto amava na infância. No entanto, tinha sido uma tia materna quem percebera a precocidade do menino, permitindo que estudasse no colégio Stanislas em Paris; seu condiscípulo Louis Lepreince-Ringuet relatou seus dotes de então para a Matemática. Depois de estudos no Colégio Stanislas Lacan rompeu com o catolicismo


2. Linha do Tempo




A onda revolucionária iniciada em Paris no mês de 1848 espalhou-se pela Europa. Ela desencadeou rebeliões populares contra a opressão política e a desigualdade social que ainda prevaleciam em vários países. Encerrava-se o longo período de reformas políticas iniciado com a revolução de 1789.

O século XIX foi marcado por inúmeros conflitos e transformações. Crescia vertiginosamente a demanda por matérias-primas, por mão de obra, por mercados consumidores. As cidades viveram simultaneamente um intenso processo de crescimento, muitas vezes resultando em péssimas condições de vida e inúmeros problemas sociais. O ritmo de vida deixou definitivamente de ser regido pela natureza e passou a ser defendido pelo relógio. O movimento, a agitação, a mudança, a intermitência, o provisório, o transitório marcam a vida social no plano concreto.

Para as ciências o final do século XIX representou mais do que uma mudança radical da imagem que se tinha do mundo, significou também um questionamento dos seus próprios fundamentos, o que levou ao surgimento de novas disciplinas.

As ciências sociais se enriqueceram, partindo para novas abordagens menos centradas no espaço e no tempo humano e mais preocupadas com o campo das representações, ou seja, com a percepção e a compreensão dos indivíduos acerca dos fenômenos sociais.

Em 1986 pela primeira vez é empregado o termo psicanálise, pelo médico vienense Sigmund Freud (1856-1939). A psicanálise não é um ramo da psicologia nem da psiquiatria, também não é uma doutrina filosófica, mas tem grande influência entre os filósofos preocupados com as expressões simbólicas da mente humana. Freud utilizou o termo psicanálise para designar o estudo das representações do inconsciente na psique humana.



3. Texto: Psicanálise como a experiência ética

Psicanálise é a experiência sobre a relação do sujeito com o desejo, na tentativa de satisfação frente a castração simbólica.
Freud e Lacan tentam elevar a psicanálise como um saber científico. Saber que enuncia a articulação do inconsciente. Freud mostrou que a psicanálise era uma novidade que vinha a destronar o lugar de reinado do sujeito da consciência.
O empreendimento psicanalítico buscava constituir-se como terapia e como reflexão da cultura. Os psicanalistas desenvolveram diferentes modos, dos quais a psicanálise se aplica ao tratamento clínico entendendo a cura de diversas maneiras.
A psicanálise não pode ser uma ciência da natureza, como não pode ser em modo da matemática, mas está além da cientificidade mal sucedida.
Para Freud não como colocar a psicanálise no interior de uma epistemologia pautada por aquela dicotomia, senão apenas com um equívoco ou uma falsa ciência.
Para Lacan a psicanálise compreende-se como uma ética, como experiência da relação do sujeito com o seu próprio desejo e com as barreiras que separam um do outro.
Nesse sentido, é preciso desconstruir outra dicotomia nomeada como ôntico-ético e reconstruir o sentido no qual podemos falar das condições de possibilidade do desejo e de uma ética do desejo. Embora Freud tenha recorrido a mitos para explicar aquilo que não tem referência empírica nem demonstração argumental, o que estava em jogo em cada caso, especialmente no Édipo, era mostrar uma estrutura que permitisse dar conta do funcionamento de fenômenos ou manifestações sintomáticas que se encontram na clínica.
Para Lacan o inconsciente não é o âmbito das trevas, o irracional a caixa preta ou qualquer coisa que se possa reduzir a uma experiência mística ou a uma relação de oposição neutralizadora com a razão. O inconsciente esta estruturado como uma linguagem. E é na busca da articulação que o analista precisa se comprometer.
Assim, Freud e Lacan apresentariam as condições de possibilidades daquilo que permite entender as manifestações inconscientes, mas na sua singularidade e não numa regularidade normativa. Porém Lacan, em vez de recorrer aos mitos, modela construindo esboços de aparelhos em relação com a linguagem e com aquilo que ela não alcança.
O aparelho do psiquismo humano dispõe-se a partir dos registros do real, do simbólico e do imaginário. Registros estes que permitem trabalhar a relação do sujeito com o desejo como uma experiência ética. É assim que Lacan chama aquilo que está no próprio princípio da entrada da psicanálise.
Mas Lacan chama atenção para a Coisa (das Ding) que é condição de possibilidade de qualquer coisa ou bem da realidade do sujeito. Em suma, a Coisa é o que do real padece dessa relação fundamental, inicia, que induz o homem nas vias dos significantes, pelo mesmo dele ser submetido ao que Freud chama de princípio do prazer. Assim, a deriva teria como direção o inorgânico, o vazio, e a morte. O campo de das Ding está, nesse sentido, para além do princípio do prazer e do princípio da realidade. O princípio de prazer guia o homem de significante em significante, mas a Coisa não é um significante. Refere-se à morte, é um pulo para fora do simbólico.
Para Lacan a ética articula-se por meio de uma orientação do referenciamento do homem em relação ao real. O que busca é para além do dever, dos bens e da lei, uma transgressão do desejo uma certa função ética do erotismo. Mas, na medida em que o desejo está para além da lei, o risco de nos encontramos com nada é inevitável.
A ética do desejo é uma ética sem modelos. Certamente, o para além da lei exige ou demanda uma erótica, um erotismo na experiência ética. Mas para que objetos venham a ocupar o lugar da coisa, o vazio da Coisa é preenchido temporalmente por coisas que, a princípio são substituíveis por objetos que sustentam uma identificação simbólica, por imagem sublimadas. Aqui a fantasia sádica nos apresenta claramente uma relação com o objeto de desejo, na qual o nosso prazer pode ser realizado de todos os modos possíveis sem que o objeto perca a sua beleza. No caso do sadismo, o sádico realmente nega que o gozo seja impossível, e vai enfrente confundindo-se com o próprio objeto.
Assim, se o dever seria um recalque (ou pelo menos o controle dos impulsos do desejo) pela obediência da lei, o gozo sádico não seria propriamente um para-além-da-lei, mas uma afirmação da lei de que é possível alcançar o gozo que é a lei. A outra lei proíbe na tentativa de regular, de determinar as relações entre os sujeitos. No sádico, trata-se da desmedida da lei, da renegação da castração simbólica, que dirige a pulsão, pulsão sado-masoquista, para uma tentativa da satisfação que retorna num modo invertido.


4. Conceitualização


PSICANÁLISE: Psicanálise é a ciência do inconsciente que foi fundada por Sigmund Freud (1856-1939). Um método de investigação, que consiste essencialmente em evidenciar o significado inconsciente das palavras, das ações, das produções imaginárias (sonhos, fantasias, delírios) de um sujeito. A psicanálise é um conjunto de teorias psicológicas e psicopatológicas em que são sistematizados os dados introduzidos pelo método psicanalítico de investigação e de tratamento. A aceitação de processos psíquicos inconscientes, o reconhecimento da doutrina da resistência e do recalcamento e a consideração da sexualidade e do complexo de Édipo são os conteúdos principais da psicanálise.

DESEJO: O desejo que Freud nomeia é enigmático, e se diferencia da necessidade, que pode se satisfizer num objeto adequado. Como é sabido, o desejo é de outro registro para a psicanálise. Ele aparece mascarado nos sintomas, sonhos e fantasias, que são signos de percepção pelos quais uma experiência de prazer ou desprazer tem sido memorizada no aparelho psíquico. Quando se procura o objeto na realidade, a procura é a partir desses traços, objeto que remete a algo perdido desde o início, mas que deixa uma inscrição. Isto determina a dimensão do impossível para a psicanálise, um impossível lógico. "Desejo é o impulso de recuperar a perda da primeira experiência de satisfação"
O desejo é sempre outra coisa que năo satisfaz as pulsőes. Pressupőe a falta. Para Freud o desejo tem sua gênese na perda da simbiose; para Lacan, é necessária uma relação do sujeito com a falta.

INCONSCIENTE: Em psicanálise, o inconsciente é um lugar desconhecido pela consciência, uma "outra cena". Freud apresenta o inconsciente em duas tópicas. A primeira tópica trata de uma instância ou sistema constituído por conteúdos recalcados que escapam às outras instâncias, o pré consciente e o consciente. Na segunda tópica, deixa de ser uma instância, passando a servir para qualificar o isso e, em grande parte, o eu e o super-eu.

SIGNIFICANTE: O sujeito é representado pelo significante. Segundo a definição de Lacan, o significante é o que representa o sujeito para outro significante. O significante năo é só antônimo em relaçăo ao significado. Tem uma importância essencial que não pode ser atribuída ao significado. Năo tem qualquer correspondência com o significado do signo lingüístico. A partir do significante pode ser revelada uma parte da verdade do sujeito, mas năo toda, já que seu desnudamento total faria desaparecer o recalque e aniquilaria o sujeito. Os significantes deslizam de um a outro, formam uma rede, trazendo um sentido expresso e outro latente.

COISA: Para Lacan a Coisa (das Ding) é condição de possibilidade de qualquer coisa ou bem da realidade do sujeito. Em suma a Coisa é o que do real padece dessa relação fundamental, inicia, que induz o homem nas vias dos significantes, pelo mesmo dele ser submetido ao que Freud chama de princípio do prazer. Assim teria como direção o inorgânico, o vazio, e a morte. O campo de das Ding está, nesse sentido, para além do princípio do prazer e do princípio da realidade. O princípio de prazer guia o homem de significante em significante, mas a Coisa não é um significante. Refere-se à morte, é um pulo pra fora do simbólico.


5. Indicações Bibliográficas

MILLER, Jacques- Alain. Percurso de Lacan. Buenos Aires: Jorge Zahar, 1984.
DAVIDOFF, Linda L. Introdução à Psicologia. Rio de Janeiro: Editora Makron, 1998.
CHEMAMA, Roland. Dicionário de Psicanálise Larousse. Porto Alegre: Editora Artimédicas Sul, 1995.
FREUD, Sigmund. A história do movimento psicoanalítico. São Paulo: Abril Cultural,1974. (col.Os pensadores)
_____.Esboço de psicanálise. São Paulo: Abril Cultural,1974.(col. Os pensadores).
_____.Cinco lições de psicanálise. São Paulo: Abril Cultural,1974.(col.Os pensadores).


6. Indicação de Filmes

O Amigo Oculto / Título Original: Hide and Seek / Gênero: Suspense Tempo de Duração: 101 minutos / Ano de Lançamento: 2005 / Atores principais: Robert De Niro (David Callaway) e Dakota Fanning (Emily Callaway)

A Prova / Título Original: Proof / Gênero: Drama
Tempo de Duração: 99 minutos / Ano de Lançamento: 2005 / atores principais: Gwyneth Paltrow (Catherine), Anthony Hopkins (Robert), Hope Davis (Claire), Jake Gyllenhaal (Hal)

7. Perguntas reflexivas sobre o tema

1.Por que Freud e Lacan não são considerados psicólogos, mas terapeutas?

2.Qual é a relação ente Freud e mito?

3. “A máxima sadiana não nos confronta com o desejo: é a partir do outro que a ordem nos solicita. Em última análise, o sádico é o objeto”. A partir dessa frase, discuta com seus colegas e explique o que é sadismo.

8. Charge
Tendo em base a questão anterior (nº 3), observe as figuras abaixo e faça uma interpretação crítica de 15 linhas.















9. Dinâmica do Relógio




Numa aula de cinqüenta minutos faremos a dinâmica do relógio que se realizará da seguinte forma:
 Cada pessoa deve escolher uma outra para partilhar a pergunta se será feita pelo professor quando o relógio bater uma hora (1h:00).
 Cada pergunta terá o tempo de cinco minutos para ser partilhada com o amigo, com isso, cada pessoa terá dois minutos e meio para partilhar cada questão. Após esse tempo, as pessoas devem mudar de parceiros, para partilharem outra pergunta, quando o relógio bater duas horas (2h:00) e assim por diante, até o relógio bater doze horas (12h:00).
 As horas do relógio são fictícias, o que vale é o tempo de cinco minutos.

Perguntas:
01h:00 Fale o que você entendeu do texto.
02h:00Fale o que é a sublimação para você.
03h:00Comente o que você entendeu sobre a coisa em Freud.
04h:00 Comente quem é Lacan.
05h:00 Fale quem é Freud.
06h:00 O que é pulsão para Freud?
07h:00 Comente o que você pode trazer do texto para sua vida real.
08h:00 O que você entende por psicanálise?
09h:00 Comente o que é o divã para você.
10h:00 Fale sobre o que é o recalque para você.
11h:00 Comente o que você tem mais dificuldade para falar para as pessoas em relação a você.
12h:00 Fale qual foi a pergunta que você mais gostou e o porquê.

Após a dinâmica reuniremos toda a turma em círculo para discutir um pouco sobre as questões, discutidas nas duplas.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

NIETZSCHE -A escrita do sofrimento e o pathos da distância


Vídeo produzido pelo grupo do 3ano de Filosofia da PUCPR(2008) baseado no artigo de Rogério Miranda "Nietzsche- A escrita do sofrimento e o pathos da distância", do livro "Filosofia e terapeutas- em torno da questão da cura", organizado por Daniel Omar Perez.

A lei moral em Kant


Vídeo sobre o trabalho de pesquisa do aluno Jorge Vanderlei C. da Conceição, do 5 período de Filosofia da PUCPR, cujo tema trata da possibilidade de uma religião racional derivada da moral pura, de acordo com Kant.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

A Moral em Kant


2º filme – 05/04/2008
No relatório final do PIBIC (2007), Jorge Vanderlei Costa da Conceição, graduando em filosofia pela PUC-PR, mostra o tema que vem desenvolvendo do decorrer do curso e de suas pesquisas junto com seu orientador : professor , doutor Daniel Omar Perez.

A LEI MORAL E A POSSIBILIDADE DE UMA RELIGIÃO RACIONAL DERIVADA DA MORAL PURA


O objetivo da pesquisa é validar a pressuposição de que a antropologia pragmática é uma antropologia moral, uma vez que objetiva demonstrar o que o homem pode fazer da sua natureza, ou seja, como se articula a sensibilidade do ser racional e o cumprimento da lei moral. Se conseguirmos validar tal hipótese de trabalho também poderemos asserir que a moral kantiana, principalmente nos textos tardios, tem um aspecto heurístico, cujo os conceitos possibilitam demonstrar a relação entre fenômenos, de tal modo a descrevê-los e caracterizá-los. No livro Die Reliogion é o compromisso do gênero humano consigo enquanto que na Antropologie é a idéia do ser humano como cidadão do mundo.
A religião racional é derivada da moral pura, porque por meio da idéia de Deus como legislador moral, ordena o gênero humano a cumpri os deveres morais como se fossem deveres divinos. A religião racional é a referencia, ou o compromisso do gênero humano para consigo. Que são a virtude que se desmembra no legislador moral que é o próprio Deus. Kant reduz a religião à moral e transforma em discurso religioso, que desmembra da fé racional que é fundamentada numa boa conduta moral. As revelações bíblicas auxiliam o homem no cumprimento do dever e não determinam a máxima moral adotada na ação. A interpretação da fé eclesial pode conter erros, porque está fundamentada em um estatuto e doutrinas de uma religião, e a fé é revelada por meio de tratados, epistola e outros documentos religiosos pelo chefe eclesial. Depois essa fé racional auxilia para máxima moral que é o supremo bem, que implica o compromisso do gênero humano consigo mesmo. A máxima moral é a lei moral que está escrita no coração de cada homem efetivando o acordo do gênero humano consigo que é : “nunca se deve utilizar o outro ser humano como meio, mas sempre como fim”.
Por fim, a religião ou o discurso religioso pode tornar um discurso moral e pode auxiliar o homem a determinar a sua vontade segundo a lei moral, ou seja, para kant dentro da moral há um espaço para simbolização de que não é apenas por uma estrutura lógica que a vontade do homem é determinada. Explica-se, então que, a sensificação não equivale a significação, pois se falasse que as duas coisas são equivalentes, não poderiam abrir um domínio semântico para religião, estética, ou seja, como essas podem contribuir na orientação da vontade do ser racional finito, que não é apenas um ser racional mas também um ser simbólico porque está imerso em uma cultura. Em suma, a tese apresentada mostra que a simbolização ou os discursos religiosos estéticos tem a ver com a determinação do ser finito por meio de uma lei moral.

A dualidade no ser humano


Percebe-se que até hoje o homem continua a se questionar acerca de sua origem e o porquê de sua existência. Os filósofos da antiguidade e Idade Média buscavam também explicações para resolver sua angústias e crises entre a razão e fé, corpo e alma, natureza humana e divina, vício e virtude. Santo Agostinho foi um homem que durante sua vida buscava respostas para seus questionamentos e muitas vezes precisou passar por provações para então se posicionar perante uma escolha, saindo assim da dúvida entre seguir o amor cupiditas e o amor a Deus. Assim, essas dualidades perpassam a natureza humana fazendo o homem refletir e questionar sobre si e o mundo.
No filme 'A última tentação de Cristo", o diretor Martim Scorcese deu um mergulho filosófico-religioso. Ele procurou mostrar a batalha interior que afligia Cristo entre sua natureza humana e divina. Essa passagem é expressa no momento em que prestes a morrer, como que em transe, ele se vê numa vida como um homem comum. O diretor apresenta Jesus antes da crucificação revelando o conflito interno que ele passava, e o questionamento se realmente ele era o filho de Deus. Assim, Scorcese procura explicitar as várias tentações que açoitaram o seu coração e a sua consciência. Nesse filme o diretor americano não ressaltou a personagem histórica de Jesus Cristo, e sim defendeu a sobrevivência da paixão e a vida do homem "comum" no seu cotidiano. Talvez seja por isso que recebeu muitas críticas.
Por fim, as tentações e as provações fazem parte da vida cotidiana do homem, levando-o a avivar essa dualidade já existente em seu viver. O filme nos remete a analisar como o ser humano está em constante luta consigo mesmo, pois são vários os sentimentos que o assolam levando a decidir e a escolher qual o caminho a seguir. Sua consciência em muitos momentos do filme o cobram uma postura de decisão.Escolher a vida mundana ou a espiritual.
Talvez se vivêssemos mais constantemente atentos , conectados com a nossa consciência e diria ainda cumprindo como afirma Kant no imperativo categórico( age de tal forma que a tua ação possa se transformar numa lei universal.), não ficaríamos tão indecisos e em constante dilema dentro de si.